Texto de Luana Soutos e fotografia de Dafne Spolti - Estudantes de Jornalismo da UFMT
Ao contrário de alguns professores da UFMT, representantes dos Centro Acadêmicos (CA’s) da instituição demonstraram hoje (18.05), durante Conselho de Entidades de Base (Ceb) no Diretório Central dos Estudantes (DCE), que não são fantoches da reitoria.
Na pauta estavam: “ad referendum”, recurso administrativo utilizado pela reitora Maria Lúcia Cavalli para aprovar a participação da UFMT no vestibular unificado; privatização do Restaurante Universitário (RU) e paridade dos votos nos conselhos deliberativos da Universidade.
Durante as exposições, o representante do DCE, Sandoval Vieira Júnior deixou bem clara sua indignação com relação à postura dos professores da UFMT, que votaram minutos antes, em Assembléia, a favor da manutenção do despotismo da reitora. “O que foi aprovado na Adufmat foi um absurdo. Onde professores de uma universidade votam para não haver discussão? A que ponto chegou a UFMT?, questionou. Foram 45 votos a favor da reitora contra 25 a favor da democracia.
Mais uma vez a arbitrariedade da reitoria ficou comprovada. Sabendo que a Adufmat marcou Assembléia com o “ad referendum” como pauta, professores que geralmente não participam dos debates da entidade apareceram para votar a favor da reitora. “Alguns professores, como os do curso de Comunicação Social, apareceram no final da Assembléia, não participaram da discussão e não ouviram a discussão. Só foram para votar a favor da reitoria”, afirmavam os estudantes.
Na Assembléia dos professores, os favoráveis à Maria Lúcia fizeram várias tentativas de calar os estudantes. Pediram à plenária para que não tivessem voz. Diante da recusa, alguns arriscaram o “cale a boca!” enquanto os estudantes falavam.
No DCE, professores do ensino médio garantiram que tantos os professores quanto os estudantes secundaristas estão perdidos com relação ao novo modelo acatado pela reitora. “A própria representante da Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) em Mato Grosso não soube responder porque está a favor do vestibular unificado”, disse uma professora. E completou que os alunos estão com medo porque estudaram desde o começo do ano para o vestibular da UFMT, e agora não sabem como será a prova, que deve ser aplicada em cinco meses.
O professor de cursinho pré-vestibular, Bittencourt, também manifestou seu apoio e de outros professores aos estudantes que lutam contra o autoritarismo na universidade. “Nós repudiamos a atitude déspota da reitora. Foi uma atitude burra, pequena. Todo mundo sabe à quem essas pessoas estão a serviço. As entidades que estão a favor, como a Ubes, estão recebendo para fazer isso, todo mundo sabe. Nem a própria Maria Lúcia sabe dizer porque é a favor da unificação”. Bittencourt também lembrou que para Mato Grosso, participar de tal processo será um desastre. “Nós (Mato Grosso) estamos em quase último lugar no ENEM”.
Outra questão abordada pelos estudantes e também pelo professor Bittencourt é que, de toda a região centro-oeste, a única instituição que se apressou em aprovar e noticiar a utilização do novo Enem foi a UFMT. “Nós somos a única universidade do centro-oeste que abriu as portas para os estudantes do sul e sudeste aproveitarem as nossas vagas”, afirmou o professor.
Quanto às deliberações, ficou decidido que os Centro Acadêmicos (CA’s) vão realizar Assembléias em suas bases para verificar as possibilidades de manifestações contra a decisão monocrática da reitoria, além da elaboração de documentos, pelo DCE, que expliquem por que essa decisão não pode ser tomada dessa maneira, sem ampla discussão.
Os estudantes também vão se organizar para participar da reunião do Conselho Universitário da próxima quarta-feira (20.05) em que, segundo os coordenadores do DCE, é possível que a reitoria tente aprovar a privatização do RU.
Não foi descartada a possibilidade de ocupar mais uma vez a reitoria da instituição para impedir que as ações verticais e ditatoriais da reitora continuem.
Um comentário:
Isso ai Lulu Soutos.kkk..muito bom..
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