O ministro da Educação, Fernando Haddad, defendeu a criação de uma comissão que vai definir as diretrizes básicas dos cursos de graduação em jornalismo. O objetivo é assegurar a qualidade da formação dos jornalistas, profissão considerada pelo ministro como central para o sistema democrático.
De acordo com informações que chegam ao Ministério, 80% dos cursos de jornalismo em funcionamento no País são de baixa qualidade. A comissão ficará encarregada de fazer propostas ao Conselho Nacional de Educação que, por sua vez, irá formular novas diretrizes curriculares. Elas servirão de base para a autorização e reconhecimento de novos cursos e para o controle da qualidade dos que já existem, permitindo, inclusive, o fechamento dos que não estiverem adequados.
Comissão será formada em breve
A comissão será formada por pessoas com sólida formação teórica, mas que também possuam experiência profissional. Ainda não existe data fixada, mas, segundo a assessoria do Ministério, ela deverá ser instituída nos próximos dias.
O anúncio foi feito na manhã desta quinta-feira, durante encontro com representantes da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), da Sociedade Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor) e do Fórum Nacional de Professores de Jornalismo (FNPJ).
MEC não vai interferir na regulamentação da profissão
Segundo o coordenador-geral de comunicação do Ministério, Núnzio Filho, a reunião também serviu para esclarecer que o ministro não irá interferir na regulamentação da profissão, mas na qualidade dos cursos de graduação em jornalismo.
“Se o Supremo decidir pela manutenção da obrigação do diploma, os cursos têm que melhorar. Se derrubar, eles têm que melhorar muito”, afirma Núnzio.
O presidente da Fenaj, Sérgio Murillo de Andrade, apóia a decisão do ministro e pretende participar ativamente na construção das novas diretrizes básicas.
“A Fenaj, assim como o MEC, se preocupa com a qualidade da graduação do jornalista”, avaliou Murillo.
Novas tecnologias modificaram o jornalismo
O presidenta da SBPJor, Carlos Franciscato, defendeu a posição do ministro e informou que a última atualização curricular do curso de jornalismo foi feita há dez anos.
“De lá para cá, as inovações tecnológicas modificaram a própria forma de fazer jornalismo, a estrutura operacional, mas não modificaram o princípio”, disse Franciscato.
Também participou da reunião o presidente da FNPJ, Edson Spenthof.
*Sérgio Matsuura, do Rio de Janeiro. Retirado do site Comunique-se.
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